Conjuntivite alérgica

A conjuntivite alérgica é uma inflamação da conjuntiva, a membrana que reveste o globo ocular e a parte interna das pálpebras. Ela ocorre quando o organismo reage de forma exagerada a substâncias como poeira, pólen ou pelos de animais.

Causas

A conjuntivite alérgica surge a partir de uma reação imunológica aos alérgenos presentes no ambiente. Entre os principais desencadeadores, destacam-se:

  • Ácaros da poeira doméstica, que vivem em colchões, travesseiros e carpetes;
  • Pólens de gramíneas, árvores e ervas daninhas, especialmente na primavera;
  • Pelos e epitélios de animais domésticos, como cães e gatos;
  • Esporos de fungos, comuns em locais úmidos.

No Brasil, os ácaros da poeira representam a principal causa. Por isso, controlar o ambiente é uma medida fundamental. Além disso, reduzir a umidade ajuda a evitar a proliferação de fungos.

Sintomas

Os sintomas da conjuntivite alérgica incluem:

  • Coceira intensa nos olhos;
  • Olhos vermelhos e irritados;
  • Lacrimejamento excessivo;
  • Inchaço nas pálpebras;
  • Sensação de corpo estranho nos olhos;
  • Sensibilidade à luz (fotofobia).

Geralmente, esses sinais surgem nos dois olhos simultaneamente. Além disso, a intensidade pode variar de acordo com a exposição ao alérgeno. Por esse motivo, o monitoramento constante dos sintomas é muito importante. Portanto, fique atento aos sinais.

Diagnóstico

O diagnóstico se baseia na história clínica do paciente e no exame oftalmológico. Para confirmar a origem alérgica, testes como o Prick Test podem ser úteis. Dessa forma, é possível identificar o alérgeno exato e definir um plano de tratamento personalizado. Além disso, o diagnóstico correto evita tratamentos inadequados.

Tratamento

O tratamento da conjuntivite alérgica envolve múltiplas abordagens. Em primeiro lugar, é essencial reduzir a exposição ao alérgeno. Além disso, recomenda-se:

  • Colírios anti-histamínicos e estabilizadores de mastócitos para aliviar os sintomas;
  • Lágrimas artificiais para limpar e hidratar os olhos;
  • Corticoides oculares em casos moderados a graves, sempre com orientação médica.

Combinando essas medidas, os sintomas tendem a regredir mais rapidamente. Portanto, seguir corretamente o tratamento indicado é indispensável. Ademais, manter o acompanhamento com um alergista ajuda a monitorar a evolução do quadro.

Imunoterapia

A Imunoterapia é conhecida como vacina antialérgica. Esse tratamento consiste na aplicação de doses graduais do alérgeno, por via subcutânea ou sublingual. Com o tempo, o sistema imunológico se torna menos reativo. Como consequência, o paciente experimenta uma redução significativa dos sintomas.

Essa estratégia é especialmente eficaz em pacientes com múltiplas alergias. Portanto, além de aliviar a conjuntivite, melhora também outras condições alérgicas, como rinite e asma. Ademais, permite diminuir a necessidade de medicamentos contínuos. Consequentemente, a qualidade de vida do paciente melhora bastante.

Consequências da Conjuntivite Alérgica Não Tratada

Quando não tratada adequadamente, a conjuntivite alérgica pode causar:

  • Aumento da intensidade dos sintomas;
  • Lesões oculares provocadas pelo atrito constante ao coçar os olhos;
  • Infecções secundárias devido à entrada de bactérias;
  • Piora na qualidade de vida, com impacto nas atividades diárias;
  • Comprometimento da visão em casos graves.

Por esses motivos, buscar ajuda médica precocemente é indispensável. Além disso, a orientação profissional ajuda a evitar complicações futuras. Portanto, nunca ignore os primeiros sintomas.

Prevenção

Para evitar crises de conjuntivite alérgica, adote as seguintes medidas:

  • Mantenha a casa limpa e ventilada para reduzir a poeira;
  • Use capas antiácaro em colchões e travesseiros;
  • Lave roupas de cama com frequência e em água quente;
  • Evite o contato direto com animais se houver sensibilidade;
  • Utilize óculos escuros ao ar livre para proteger os olhos contra alérgenos.

Aliando prevenção e tratamento adequado, é possível controlar a conjuntivite alérgica de forma eficiente. Assim, melhora-se a qualidade de vida do paciente. Além disso, reduz-se a chance de recorrências. Portanto, mantenha uma rotina de cuidados contínua.

Perguntas Frequentes 

  1. A conjuntivite alérgica é contagiosa? Não. Ao contrário da conjuntivite infecciosa, ela não é causada por vírus ou bactérias e, portanto, não é transmissível.
  2. Qual a diferença entre conjuntivite alérgica e infecciosa? A alérgica é provocada por reações do sistema imunológico a alérgenos, enquanto a infecciosa resulta de vírus ou bactérias e pode ser contagiosa.
  3. Posso usar colírios sem orientação médica? Não. Alguns colírios podem agravar a condição ou mascarar outros problemas. Por isso, o ideal é consultar um especialista antes de iniciar qualquer tratamento.
  4. A imunoterapia resolve o problema de forma definitiva? Embora não represente uma cura, a imunoterapia reduz consideravelmente os sintomas e proporciona controle duradouro. Além disso, pode melhorar outras alergias associadas.
  5. A doença pode se agravar com o tempo? Sim. Sem o tratamento adequado, a conjuntivite alérgica pode evoluir para quadros mais severos. Por isso, é fundamental iniciar o cuidado o quanto antes. Além disso, o acompanhamento médico contínuo é essencial para evitar complicações.
Referências bibliográficas:
ASBAI – Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia

by Dra. Laira Vidal

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