Infecções de repetição na infância geram muitas dúvidas e preocupações entre os pais. Embora seja comum que crianças pequenas tenham infecções ao longo do ano, especialmente nos primeiros anos de vida, é preciso ficar atento à frequência. Quando essas infecções se tornam muito frequentes, algo pode estar fora do esperado. Afinal, quando uma infecção é considerada de repetição? O que isso pode significar para a saúde da criança? E quais tratamentos estão disponíveis?
Neste artigo, você vai entender tudo o que precisa saber sobre infecções de repetição na infância. Vamos abordar também a relação com doenças alérgicas como rinite e asma, e ainda explicar como a imunoterapia pode ajudar a mudar esse cenário.
Quando uma infecção é considerada de repetição?
Infecções são consideradas de repetição quando ocorrem mais vezes do que o esperado para a idade da criança. Por exemplo:
- Acontecem 4 ou mais otites (infecções de ouvido) em um ano;
- Surgem 2 ou mais pneumonias em um ano;
- Ocasionam 6 ou mais infecções respiratórias (resfriados, bronquites) ao ano, principalmente em crianças com mais de 3 anos;
- Aparecem infecções intestinais ou urinárias com certa frequência.
Esses padrões servem como um importante alerta. Portanto, caso a criança apresente esse tipo de quadro, é fundamental procurar um médico especialista, como o alergista/imunologista. Assim, é possível identificar a causa e tratar de forma adequada.
Como é feito o diagnóstico das infecções de repetição na infância?
O diagnóstico de infecções de repetição precisa ser individualizado. Para isso, o médico avalia vários fatores, entre eles:
- A frequência e o tipo de infecção;
- A evolução clínica da criança;
- O crescimento e ganho de peso;
- A história familiar de doenças alérgicas ou imunodeficiências;
- E ainda, os resultados de exames laboratoriais e de imagem.
Mesmo que o quadro seja preocupante, é importante lembrar: nem toda infecção de repetição está ligada a um problema imunológico grave. Na verdade, em muitos casos, os fatores ambientais ou alérgicos desempenham um papel mais relevante. Portanto, avaliar o contexto é essencial.
Qual a relação entre infecções e doenças alérgicas?
É bastante comum que crianças com infecções de repetição apresentem também doenças alérgicas. Entre elas, podemos destacar:
- Rinite alérgica;
- Asma;
- Dermatite atópica.
Essas condições têm algo em comum: causam inflamação crônica nas mucosas (como o nariz, os brônquios e os ouvidos). Essa inflamação facilita a entrada de vírus e bactérias, levando a infecções mais frequentes. Por isso, controlar a alergia é essencial para evitar complicações. Além disso, o tratamento correto melhora a qualidade de vida da criança.
Como é o tratamento?
O tratamento vai depender da causa subjacente. Se as infecções estiverem associadas a alergias, controlar os sintomas alérgicos passa a ser prioridade. Nesses casos, o médico pode recomendar:
- Mudanças no ambiente, como retirar tapetes, cortinas e objetos que acumulam ácaros e poeira;
- Uso regular de medicamentos, como anti-histamínicos ou corticosteroides inalados;
- Imunoterapia alérgica (vacinas), quando indicada pelo especialista.
Além disso, em algumas situações, o uso de probióticos, vitaminas e imunomoduladores pode complementar o tratamento. Dessa forma, o sistema imunológico da criança se fortalece e responde melhor.
Como a imunoterapia pode ajudar?
A imunoterapia, popularmente conhecida como “vacina de alergia”, é um tratamento que ajuda a treinar o sistema imune para reagir menos aos alérgenos. Dessa forma, ela promove uma série de benefícios, como:
- Reduzir as crises alérgicas;
- Diminuir o uso de medicamentos de controle;
- Evitar infecções recorrentes associadas à inflamação alérgica;
- Melhorar a qualidade de vida da criança e da família.
Portanto, quando bem indicada, a imunoterapia pode ser uma excelente aliada no tratamento de crianças com alergias respiratórias. Além disso, seu uso precoce pode prevenir complicações futuras.
Perguntas Frequentes
1. Toda criança com infecções de repetição tem imunidade baixa? Não necessariamente. Em muitos casos, as infecções estão relacionadas à exposição precoce a vírus em ambientes coletivos, como creches, ou à presença de alergias mal controladas. Por isso, a avaliação correta é fundamental.
2. O que fazer se meu filho tem muitas infecções? O ideal é buscar um médico alergista ou imunologista. Esse profissional vai avaliar o caso e indicar o melhor caminho para o tratamento. Quanto antes começar, melhores serão os resultados.
3. A vacina de alergia pode ser feita em crianças pequenas? Sim. A imunoterapia pode ser iniciada a partir dos 2 anos, ou antes, desde que o especialista considere seguro e adequado. Dessa forma, o tratamento pode começar mais cedo e trazer benefícios mais rápido.
4. Meu filho tem rinite e vive com tosse. Pode ser alergia? Provavelmente, sim. A tosse constante pode ser um sintoma de alergia respiratória, como rinite ou asma. Nesses casos, o controle adequado da alergia costuma reduzir bastante os sintomas e evitar novas crises.
5. Alimentação influencia nas infecções? Com certeza. Uma boa alimentação fortalece o sistema imunológico. No entanto, sozinha ela não resolve o problema. O acompanhamento médico continua sendo indispensável, principalmente se houver sinais de alergia ou infecções frequentes.
Se seu filho apresenta infecções frequentes, não espere mais. Quanto antes você buscar orientação especializada, melhores serão os resultados. Com o tratamento certo, é possível melhorar a imunidade, evitar complicações e garantir uma infância mais saudável. Portanto, cuide agora para colher os frutos depois.
Referências bibliográficas:
ASBAI – Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia
by Dra. Laira Vidal
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