Urticária

O que é a Urticária?

A condição conhecida como urticária se manifesta por lesões avermelhadas, elevadas e acompanhadas de coceira intensa. Essas lesões podem aparecer em qualquer parte do corpo, desaparecer em poucas horas e retornar em locais diferentes. Em muitos casos, esse processo causa não apenas incômodo físico, mas também sofrimento emocional.

Embora pareça simples, trata-se de uma enfermidade que pode se apresentar de maneiras distintas. Por isso, é fundamental compreender as variações entre a forma aguda e a crônica, para garantir um diagnóstico correto e um plano de cuidados mais eficiente.

Urticária Aguda x Crônica: Quais as Diferenças?

A principal distinção entre os dois tipos está na duração dos sintomas.

  • Forma Aguda: Tem duração inferior a seis semanas. Normalmente está relacionada a infecções virais, reações a medicamentos, alimentos ou até picadas de insetos. É mais comum em crianças, mas também ocorre em adultos.

  • Forma Crônica: Persiste por mais de seis semanas e tende a reaparecer quase diariamente. Em geral, é mais difícil identificar um fator causador claro. Além disso, impacta significativamente a rotina e a saúde mental de quem convive com a condição.

Tipos de Urticária Crônica

A forma crônica pode ser classificada em dois subtipos: espontânea e induzida.

Crônica Espontânea

É a apresentação mais frequente entre os adultos, principalmente mulheres entre 20 e 40 anos. As lesões surgem sem motivo aparente e podem estar associadas a mecanismos autoimunes. Embora ainda se investigue sua origem exata, sabe-se que há envolvimento do sistema imunológico.

Formas Induzidas

Neste caso, os sintomas aparecem após estímulos específicos. Entre os principais gatilhos estão:

  • Fricção na pele (dermatográfica);

  • Aumento da temperatura corporal (colinérgica);

  • Exposição ao frio, calor, luz solar ou vibrações;

  • Pressão prolongada sobre determinadas regiões do corpo.

É importante destacar que um mesmo paciente pode apresentar as duas formas ao mesmo tempo.

Avanços no Tratamento da Urticária Crônica

O tratamento deve ser individualizado e seguir um modelo escalonado, com base na resposta clínica.

Anti-histamínicos de Segunda Geração

Representam a primeira linha terapêutica. Quando não há controle satisfatório com a dose usual, é possível aumentar progressivamente a dose, sempre sob orientação médica.

Imunobiológicos: Novas Alternativas

Nos últimos anos, medicamentos biológicos têm mudado a forma de tratar casos refratários. As opções mais relevantes são:

  • Omalizumabe: É um anticorpo monoclonal que atua na IgE, principal mediadora das reações alérgicas. Administra-se por via subcutânea e tem se mostrado eficaz para reduzir os sintomas em pacientes resistentes aos anti-histamínicos.

  • Dupilumabe: Recentemente aprovado no Brasil para o tratamento da forma crônica espontânea. Atua nas interleucinas IL-4 e IL-13, que participam da inflamação alérgica. É uma excelente alternativa para quem não responde bem ao Omalizumabe ou apresenta contraindicações.

Outras Estratégias

Casos muito graves e que não respondem aos biológicos podem exigir o uso de imunossupressores como a ciclosporina. No entanto, esse tipo de tratamento requer acompanhamento rigoroso, devido aos possíveis efeitos adversos.

Aspectos Emocionais e Qualidade de Vida

Mais do que uma questão dermatológica, essa condição pode prejudicar o sono, a autoestima e o convívio social. Por esse motivo, abordar o aspecto emocional no tratamento é essencial. Muitas vezes, o acompanhamento psicológico faz parte do cuidado completo.

Considerações Finais

Embora seja comum, essa condição pode ter grande impacto na vida das pessoas. Diferenciar suas formas e utilizar corretamente os recursos terapêuticos disponíveis — como os imunobiológicos — é essencial para controlar os sintomas e promover bem-estar. Com os avanços recentes, especialmente a aprovação do Dupilumabe no Brasil, pacientes com quadros persistentes ganham novas possibilidades de alívio e controle.

Perguntas Frequentes

1. A condição tem cura definitiva?
A forma aguda geralmente desaparece por completo. Já a crônica pode durar anos, mas é possível alcançar controle total dos sintomas com o tratamento adequado.

2. Quais exames são indicados?
A maioria dos casos não exige exames específicos. Contudo, em situações mais complexas, o especialista pode solicitar avaliações complementares.

3. O Omalizumabe funciona para todos os pacientes?
Não necessariamente. Apesar de ter alta taxa de sucesso, alguns pacientes não respondem. Nesses casos, o Dupilumabe pode ser considerado.

4. Quais os principais gatilhos nas formas induzidas?
Entre os mais comuns estão o calor, frio, suor, atrito na pele, pressão e até luz solar.

5. A alimentação influencia nos sintomas?
Em alguns casos, certos alimentos podem piorar as lesões. Contudo, isso não se aplica a todos os pacientes e deve ser avaliado individualmente.

Referências bibliográficas:
ASBAI – Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia
Categories: Alergias de pele

by Dra. Laira Vidal

Share

Categories: Alergias de pele

by Dra. Laira Vidal

Share

STAY IN THE LOOP

Subscribe to our free newsletter.

Don’t have an account yet? Get started with a 12-day free trial

Leave A Comment

Related Posts

  • Levar uma picada de formiga pode parecer algo inofensivo. No entanto, em pessoas alérgicas, essa situação pode evoluir para uma emergência médica chamada anafilaxia.

    Por esse motivo, é fundamental conhecer os sinais, saber como prevenir novas reações e entender quais são os tratamentos mais eficazes. A seguir, você aprenderá quais formigas representam maior risco, como identificar uma reação alérgica e o que fazer em cada caso. Além disso, vamos explicar como a imunoterapia pode oferecer proteção duradoura — especialmente nos protocolos acelerados, como o cluster e o rush.

  • A alergia à picada de mosquito causa reações intensas como inchaço, bolhas e, em alguns casos, pode evoluir para celulite cutânea, uma infecção grave. O tratamento mais eficaz é a imunoterapia, que reduz as reações ao longo do tempo. Prevenir é essencial: use repelente, roupas protetoras e evite água parada.

  • A dermatite atópica é uma doença crônica da pele que afeta crianças e adultos. Causa coceira, ressecamento e inflamação, exigindo cuidados diários com a pele e, em casos mais graves, tratamentos como Dupilumabe ou inibidores de JAK. O artigo aborda causas, sintomas, tratamentos, impacto emocional e orientações práticas para controlar a doença e prevenir crises.

  • O sistema imunológico pode reagir de maneira exagerada a determinadas substâncias presentes em medicamentos. Quando isso ocorre, surgem reações alérgicas que podem variar de leves a graves.