
A furunculose de repetição ocorre quando há surgimento frequente de furúnculos, que são infecções profundas da pele. Na maioria dos casos, a bactéria responsável é a Staphylococcus aureus (estafilococo). Esses episódios causam dor, vermelhidão, pus e afetam diretamente a qualidade de vida. Se não forem tratados corretamente, podem evoluir para complicações sérias.
Por que os furúnculos voltam com tanta frequência?
O motivo mais comum é uma predisposição individual à infecção por estafilococos, bactérias naturalmente presentes na pele e nas mucosas. Em pessoas com imunidade comprometida ou com alguma alteração na barreira protetora da pele, esses micro-organismos penetram com mais facilidade, desencadeando infecções recorrentes.
Além disso, muitos pacientes apresentam colonização crônica por estafilococos, especialmente na mucosa nasal. Ou seja, a bactéria permanece ali sem causar sintomas, mas eventualmente se espalha pelo corpo e provoca novos furúnculos.
Quais os riscos de não tratar corretamente?
Ignorar os sintomas ou interromper o tratamento precoce demais pode trazer consequências sérias. A principal complicação é a celulite, uma infecção mais profunda e disseminada da pele. Essa condição pode evoluir rapidamente e, em muitos casos, exige internação e antibióticos endovenosos.
Além disso, a inflamação repetida pode deixar cicatrizes, manchas e formar abscessos maiores, que muitas vezes precisam ser drenados cirurgicamente. Portanto, a prevenção é fundamental para evitar complicações futuras.
Como tratar e prevenir novos episódios?
Tratar apenas os surtos agudos não é suficiente. Por isso, é fundamental prevenir a recorrência. Com esse objetivo, o médico pode indicar estratégias específicas, como:
Descolonização com Mupirocina
A mupirocina é um antibiótico em pomada que se aplica nas narinas por alguns dias. O objetivo é eliminar as bactérias que vivem ali e que frequentemente se espalham para outras áreas. Em muitos casos, o tratamento é combinado com o uso de sabonetes antissépticos, como os que contêm clorexidina, durante o banho. Assim, a chance de novas infecções diminui consideravelmente.
Imunoterapia com vacinas imunoestimulantes
Essas vacinas são formuladas individualmente e ajudam o organismo a reforçar a defesa contra infecções bacterianas. Elas são administradas por via subcutânea e apresentam excelente resposta em pacientes com imunidade mais frágil ou com histórico de infecções repetidas. Consequentemente, o organismo se torna mais resistente a novos surtos.
Acompanhamento médico regular
O acompanhamento contínuo com um especialista é indispensável. Dessa forma, o médico pode investigar outras causas associadas, como diabetes, distúrbios imunológicos ou deficiências nutricionais. Além de monitorar a evolução do quadro, ele pode ajustar o plano de tratamento sempre que necessário. Assim, é possível tratar a origem do problema e reduzir a frequência dos episódios.
Perguntas Frequentes
1. Furúnculos são contagiosos?
Sim. O pus e os objetos contaminados, como toalhas e roupas, podem transmitir a bactéria. Por isso, evite compartilhar itens pessoais.
2. Existe cura para furunculose de repetição?
Sim. Com tratamento adequado — incluindo descolonização e reforço da imunidade — é possível controlar completamente o problema. No entanto, é importante manter acompanhamento médico para evitar recaídas.
3. Pomadas com antibiótico são suficientes?
Nem sempre. Elas podem ajudar em casos leves, mas não resolvem a predisposição nem evitam novos surtos. Logo, é essencial um plano de tratamento mais completo e individualizado.
4. Quem tem rinite tem mais furúnculo?
Sim. Pessoas com alergias respiratórias, como rinite, apresentam maior risco devido à maior colonização nasal por estafilococos. Além disso, a mucosa nasal já inflamada se torna mais suscetível a infecções.
5. Como posso me proteger em casa?
Mantenha boa higiene corporal, lave as mãos com frequência, evite coçar lesões e troque toalhas e fronhas regularmente. Sempre que possível, opte por roupas leves e respiráveis. Se os furúnculos forem frequentes, procure um especialista para uma abordagem preventiva.
Referências bibliográficas:
ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia
by Dra. Laira Vidal
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Muitas pessoas que se queixam de imunidade baixa, na verdade, têm doenças alérgicas como rinite e asma mal controladas. Esses quadros favorecem infecções recorrentes. Estilo de vida, alimentação, sono e estresse também influenciam a imunidade.